ROSPO, AS GATAS E O CIRCO
Rospo olhava Alvinha e Penélope, as charmosas gatinhas que passavam, quando foi chamado pelo palhacinho Arzelindo:
- Oi menino!
- Olá! Quem é você?
- Sou Arzelindo. Estou procurando por ele.
- Ele?
- Sim, ele, o sonho, a alegria, a ilusão, a fantasia, a infância.
- Pôxa! De quem você está falando?
- Dele, o malabarismo, a gargalhada, a magia, o riso, a festa...
- Já sei, está falando do circo!
- Isso mesmo! Onde posso encontrá-lo?
- Sabe, Arzelindo, não quero entristecê-lo, mas circo é coisa do passado, não é? O circo envelheceu...
- O circo sempre existirá!
- Por que diz isso?
- Ele é como a pipa, o balão, o gibi, o pião, a bolinha de gude.
- Entendi. O circo é um menino.
- Sim. É isso que eu queria dizer.
As gatas que a tudo ouviam começaram uma conversa.
- Não gostei da história do palhacinho Arzelindo.
- Por que Penélope?
- Ora, essa história de que circo é um menino...
- E não é mesmo?
- Circo é uma menina também, devia ter dito “O circo é uma criança!”
- Verdade, mas...
- Além do mais, o circo está moderno. Claro que existem os antigos, que lutam para sobreviver com suas lonas rasgadas e seus animais maltratados.
- Animais maltratados?
- Claro! Dá pena ver leões magricelos, esfomeados, elefantes sem banho. É uma judiação.
- Concordo e acho desumano. A alegria não tem graça assim.
- Por isso que eu digo: “Viva o circo!”, mas sem animal maltratado.
Arzelindo, que ouvia a conversa, satisfeito, dá uma piscadela.
- “Que gatinhas espertas!”
MARCIANO VASQUES
Ilustração de Daniela Vasques
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