domingo, 14 de fevereiro de 2010

ROSPO, AS GATAS E O CIRCO

ROSPO,  AS GATAS E O CIRCO

Rospo olhava Alvinha e Penélope, as charmosas gatinhas que passavam, quando foi chamado pelo palhacinho Arzelindo:

- Oi menino!

- Olá! Quem é você?

- Sou Arzelindo. Estou procurando por ele.

- Ele?

- Sim, ele, o sonho, a alegria, a ilusão, a fantasia, a infância.

- Pôxa! De quem você está falando?

- Dele, o malabarismo, a gargalhada, a magia, o riso, a festa...

- Já sei, está falando do circo!

- Isso mesmo! Onde posso encontrá-lo?

- Sabe, Arzelindo, não quero entristecê-lo, mas circo é coisa do passado, não é? O circo envelheceu...

- O circo sempre existirá!

- Por que diz isso?

- Ele é como a pipa, o balão, o gibi, o pião, a bolinha de gude.

- Entendi. O circo é um menino.

- Sim. É isso que eu queria dizer.

As gatas que a tudo ouviam começaram uma conversa.

- Não gostei da história do palhacinho Arzelindo.

- Por que Penélope?

- Ora, essa história de que circo é um menino...

- E não é mesmo?

- Circo é uma menina também, devia ter dito “O circo é uma criança!”

- Verdade, mas...

- Além do mais, o circo está moderno. Claro que existem os antigos, que lutam para sobreviver com suas lonas rasgadas e seus animais maltratados.

- Animais maltratados?

- Claro! Dá pena ver leões magricelos, esfomeados, elefantes sem banho. É uma judiação.

- Concordo e acho desumano. A alegria não tem graça assim.

- Por isso que eu digo: “Viva o circo!”, mas sem animal maltratado.

Arzelindo, que ouvia a conversa, satisfeito, dá uma piscadela.

- “Que gatinhas espertas!”



MARCIANO VASQUES


Ilustração de Daniela Vasques

 

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